Edição #1

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Edição #1

EDITORIAL

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.” É com uma frase de Carl Gustav Jung que abrimos o primeiro editorial do jornal (Re)orgaNISE.
Primeiro porque o fundador da psicologia analítica foi a maior referência de Nise da Silveira em seus estudos. Segundo porque apostamos que para lidar com a alma humana, é preciso respeitar a organicidade.

Os indivíduos não são todos iguais e não deveriam ser levados a ser. A padronização de comportamento é mais uma ferramenta do sistema capitalista: tudo para que se mantenha o status quo, sem qualquer questionamento.

Arriscamos dizer que a doença que mais afeta o ser na atualidade é a busca obssessiva por dominação. É através da inferiorização do outro, que as relações humanas adoecem. Como também disse Jung, “o oposto do amor é o poder”.

Somos contrários ao  métodos reacionários de tratamento, que envolvem cárcere, internações compulsórias e medicação excessiva. Entendemos que as medidas institucionais de repressão envolvem omissão e desprezo pelas pessoas com transtornos psíquicos.

O Estado claramente incentiva o uso indiscriminado de medicamentos para fortalecer a máfia da indústria farmacêutica e seus privilegiados.
Em meio a esse cenário, trazemos nessa edição a vida, obras e feitos de Nise da Silveira, uma das primeiras mulheres a ser formar em medicina no Brasil e verdadeira pioneira na luta antimanicomial.

Convidamos os leitores a viajar pela história e resultados da ocupação Hotel e Spa da Loucura, projeto idealizado pela Universidade Popular de Arte e Ciência.

Conheçam o trabalho de Luciene Adão: artista genial e inspiração desse impresso. Essas mulheres guerreiras, consideradas desajustadas, são a prova de que o acolhimento, a autonomia, a arte e a cultura são vitais para uma psiquiatria mais humana.

Agradecemos e parabenizamos a todos que de alguma forma colaboraram para a realização desse jornal.
Concluimos nossa reflexão a respeito da normatização deixando uma mensagem de Nise:
“Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas ajuizadas”.

A REDAÇÃO